ATLANTA 1996
Os países da então ex-URSS que disputaram pelo Time Unificado, finalmente iriam disputar os jogos como países independentes. Ao todo, 11 países. E a Rússia voltaria com seu antigo nome, coisa que não fazia desde 1912
Muitas mudanças na ginástica rítmica. Primeira, foi a estreia da disputa por grupos, ou conjunto como a gente diz aqui.
O sistema de qualificação ficou um pouco mais simples na contagem. Para se classificar para a semi-final, teria que ficar entre as 20 primeiras na geral, e para final ficar no top 10. Mas não quer dizer que as coisas foram calmas.
Muhammad Ali acendendo a tocha. |
KATERYNA SEREBRIANSKA
Ela nasceu em 1977, Simferpool - Ucrânia. Começou aos 4 anos na ginástica ritmica. Sua mãe era técnica em um clube da cidade. Anos mais tarde, ela mudou para a capital e ingressou na famosa Deriugins School. Suas primeiras medalhas viriam no Europeu Junior em 1991: ouro por equipe, ouro na bola e prata no arco.
E isso deu início uma carreira vitoriosa, colecionando várias medalhas em Mundiais: 1992 foi prata na geral. 1993 bronze na bola, fita, maças e equipe. 1993 foi ouro no arco. 1994, ouro na geral e por aparelhos (todos) e em 1995, o ouro ficou dividido entre Kateryna e a búlgara Maria Petrova na geral. Kateryna ainda ganharia o Europeu e o Grand Prix em 1994 e 1996
NAS OLIMPÍADAS...
Com Alexandra Timoshenko e Oksana Skaldina "aposentadas", o caminho para as olimpíadas ficou aberto para Ekaterina Serebrianska participar. Porém, ela teria uma concorrente de peso: Maria Petrova da Bulgária. Maria vinha de 3 títulos mundiais consecutivos e vinha como super favorita ao ouro das olimpíadas.
A arbitragem foi muito questionada nas qualificações. Muitas federações reclamando de decisões estranhas.
Na final, Kateryna liderava até com uma certa folga. Restava apenas a fita para conseguir o sonhado ouro olimpico. Mas durante sua série, veio um enorme susto. Ela lançou a fita (isso incluiu o estilete junto) para o alto para que quando descesse, ela pegaria com outra mão pelas costas. Porém, a fita se recusou a subir e com reflexo rápido, ela pegou com a mesma mão que lançou a fita e continuou como se nada acontecesse. Para uns, foi uma falha grave. Para outros, ela salvou a tempo de evitar a tragédia.
Com o resultado de 9,833, Kateryna Serebrianska conquistou o ouro na geral, a primeira da Ucrânia como país independente. Foi a primeira ginasta a conseguir o "Grand Slam": ganhar o europeu, mundial e olimpíada. As outras foram Alina Kabaeva e Evgenia Kanaeva. A prata ficou Yanina Batyrshina da Rússia e o bronze com sua conterranea Olena Vitrychenko. Maria Petrova ficou com quinto, muito desapontada, não entendia suas notas já que não teve nenhuma falha ou erro em suas séries.
Em entrevista, Maria Petrova disse: "Nosso esporte é mais do que um esporte fora da área de competição. É nos corredores, é nos cafés, entre os árbitros." Algo do tipo a politíca é mais forte esporte.
Na disputas por conjunto/grupo, a Espanha foi ouro com Bulgária em segundo e a Rússia em terceiro.
DEPOIS....
Um pouco fora de forma e pouco inspirada, Kateryna ganharia o bronze no Europeu de 1997, com diferença de 0,012 para a quarta colocada, a francesa Eva Serrano. Ainda conseguiria a prata nas maças e na fita e um ouro com 10 perfeito no arco.
Não disputou o mundial de 1997 devido a doença da sua mãe.
Em 1998, conseguiu a prata na fita e por equipe. Ainda no mesmo ano, cansada com os conflitos com a federação ucraniana, ela se aposentaria das competições e abraçou a carreira de modelo.
Ainda criaria uma agência de modelos (que foi encerrada em 2000) e gerenciaria a carreira de diversos atletas. Fez programas de TV ensinando exercícios físicos.
FATOS
- Kateryna Serebrianska conseguiu ganhar em todos os aparelhos da ginástica ritmica. As outra que conseguiram foram Bianka Panova, Oxana Kostina e Evgenia Kanaeva.
- Kateryna detém o recorde de ser tricampeã na bola, junto com Lilia Ignatova e Evgenia Kanaeva
- Kateryna Serebrianska foi uma das primeiras a usar collant com perna e braços cobertos (também conhecido como macacão
- Estreia da espanhola Almudena Cid que se tornaria a ginasta ritmica com mais finais olimpicas disputadas.
- Estreia do Softball, Volei de Praia e Mountain Bike.
- Não tivemos brasileiras na disputa
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